Profissionais preferem salário menor para manter home office

Estudo mostra que 70% dos funcionários em home office esperam continuar assim na próxima década, mesmo tendo seus ganhos reduzidos.

Uma recente pesquisa do The Washington Post e Ipsos aponta que 55% dos profissionais que atualmente trabalham em casa estariam dispostos a aceitar uma remuneração menor para continuar no regime de home office.

A pesquisa evidencia uma clara resistência ao retorno ao trabalho presencial, principalmente em meio às empresas que exigem essa mudança.

Preferência pelo home office segue em alta

Mulher trabalhando em home office

O levantamento conduzido pelo jornal The Washington Post e Ipsos traz uma perspectiva aprofundada sobre a disposição dos profissionais em aderir ao trabalho remoto.

Sete em cada dez trabalhadores remotos optariam por trabalhar de casa “o tempo todo” (37%) ou “a maior parte do tempo” (35%), enquanto cerca de um quarto se manifestou favorável a trabalhar em casa “algum tempo” (23%), e somente 6% escolheriam trabalhar remotamente “raramente ou nunca”.

Os dados indicam ainda que 70% dos funcionários que atuam integralmente em sistema home office têm expectativas de manter este regime na próxima década.

Surpreendentemente, até mesmo aqueles que exercem suas atividades totalmente em escritórios anseiam por mais flexibilidade, com 61% expressando o desejo de adotar um modelo híbrido em 10 anos.

O estudo revelou ainda que a principal razão para a preferência pelo home office é a ausência da necessidade de deslocamento diário.

Outros motivos importantes incluem a facilidade de cuidar das crianças e a possibilidade de concentração melhorada nas tarefas.

No entanto, apesar da predileção pelo trabalho remoto, 65% dos entrevistados relataram que aceitariam um emprego com salário mais alto, mesmo que isso implicasse tempo regular no escritório.

Diferenças geracionais e reações à volta ao escritório

As perspectivas em relação ao trabalho remoto apresentam variações entre as diferentes gerações. A pesquisa mostrou que apenas 29% dos jovens da Geração Z, com idade entre 18 e 26 anos, priorizam o home office.

Segundo o estudo, isso pode estar relacionado ao fato de que essa faixa etária tem maior probabilidade de ocupar posições que não podem ser executadas de casa (67%), comparativamente a 49% dos profissionais com idades entre 27 e 34 anos.

Além disso, a pesquisa destacou as reações dos profissionais diante das exigências de retorno aos escritórios, especialmente no setor de tecnologia.

Por exemplo, Elon Musk declarou recentemente que trabalho remoto é “moralmente errado”, e o CEO da OpenAI disse que essa modalidade de emprego foi um “erro”.

A crença de que o trabalho presencial pode aumentar a produtividade, a criatividade e melhorar a colaboração entre as equipes é vista como motivo para a pressão pelo retorno.

No entanto, os funcionários têm resistido a essas imposições. Na Amazon, um grupo de colaboradores de Seattle, nos Estados Unidos, planeja deixar a empresa devido à política de retorno.

Na Disney, mais de 2 mil funcionários assinaram uma petição em fevereiro, como forma de protesto contra a determinação de trabalhar presencialmente quatro vezes por semana.

Créditos das imagens: Freepik.

Paulistano de nascimento e de coração, sou formado em Contabilidade Financeira, pai de pet (do gato Quintino) e me arrisco como redator sobre os mais variados assuntos em minhas horas vagas.
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